Os casamentos na infância têm maior incidência no sul da
Ásia
Narendra Shrestha/EPA
Cerca de dez milhões de raparigas em todo o mundo casam-se
antes dos 18 anos, muitas vezes com apenas oito anos de idade, três ou quatro
vezes mais novas que os maridos impostos, numa clara violação dos Direitos das
Crianças. Os dados da ONU foram revelados no dia em que se assinala, pela
primeira vez, o Dia Internacional da Rapariga.
Com o lema “A minha vida, os meus direitos: pôr fim ao
casamento infantil”, o Fundo das Nações Unidas Para a Criança (UNICEF) pretende
chamar a atenção para a violação de um dos direitos humanos fundamentais e que
afeta em todos os aspetos a vida das raparigas.
“O casamento precoce nega às raparigas a sua infância,
interrompe a sua educação, limita as suas oportunidades, aumenta o risco de
violência e abuso e pressupõe riscos que colocam em causa a vida das raparigas
e põe em risco a sua saúde”, lê-se num comunicado publicado no site da agência
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Dados da UNICEF revelam que a nível mundial “cerca de 23
milhões de jovens hoje com 20 a 24 anos foram obrigadas a casar-se antes de
cumprirem 15 anos e 400 milhões de mulheres com idades entre os 20 e os 49 anos
quando ainda eram menores (menos de 18 anos)”.
Nos países em desenvolvimento, 90 por cento das mães
adolescentes, entre os 15 e os 19 anos, estão casadas e as complicações com a
gravidez são a principal causa de morte nas jovens desta faixa etária.
As raparigas com baixos níveis de escolaridade são as que
têm probabilidade de se casar mais cedo. Por outro lado, as jovens que
receberam uma educação superior têm seis vezes menos possibilidade de contrair
matrimónio durante a infância.
Maior incidência no sul da Ásia
Apesar de nenhuma
região escapar ilesa a esta seleção, a situação tem maior incidência no sul da
Ásia (46 por cento) seguida da África subsariana (37 por cento), América Latina
e Caribe (29 por cento) Médio Oriente e Norte de África (17 por cento) e União
Europeia e Comunidade de Estados Independentes (11 por cento).
Dos 193 países que formam as Nações Unidas, apenas 113
proíbe os casamentos antes da maioridade.
A UNICEF rejeita “argumentos de tradição, religião, cultura
ou economia” e realça que “todas as formas de escravatura deviam ser
criminalizadas”
TAGS: Dia Internacional, ONU, UNICEF, adolescência,
casamento, infância, Rapariga,
Nota Pessoal: louvo todas as instituições que lutam de forma tão tenaz contra esta violência. Lamento que sejam muitos europeus, velhos e ricos os principais abusadores.
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