10 de agosto de 2010

SITUAÇÕES DE CALAMIDADES EM PONTOS DIFERENTES DO GLOBO.

Quatro situações de calamidade simultâneas em pontos distintos do globo levam especialistas a admitir que o ritmo de fenómenos climáticos extremos se está a intensificar. Tal coincidência é "muito rara", mas ainda insuficiente para mostrar que o clima mudou.
Onda de calor na Rússia, inundações no Paquistão, chuvadas intensas causando deslizamentos na China e precipitação elevada em países como a Alemanha e Polónia. Tudo nas últimas semanas. Esta concentração de fenómenos climáticos extremos é tida como "muito rara” por especialistas ouvidos pela agência Reuters.
Desta opinião participa um professor do Instituto para a Investigação das Alterações Climáticas de Potsdam. Segundo Friedrich-Wilhelm Gertengarbe, “só nas últimas semanas tivémos quatro fenómenos climáticos extremos” que poderão ter origem “no aquecimento global”.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, este ano está a caminho de ser o mais quente desde que há registos, que vêm apenas de meados do século XIX.
Se a tendência se mantiver, será suplantada a temperatura média global do ano de 1998. O aumento de temperaturas , segundo esta agência das Nações Unidas, é sobretudo devido à acumulação de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.
“Teremos sempre extremos climáticos; mas parece que a mudança climática está a acentuar a intensidade desses extremos”, refere Omar Baddour, responsável pela aplicação de dados climáticos da Organização Meteorológica Mundial. Ele considera que “ainda é muito cedo para apontar culpas à influência humana”.
O mesmo especialista indica que a causa provável das chuvadas destruidoras na China e no Paquistão pode ter sido uma desregularão do regime de monções, devido à influência do fenómeno La Niña, que arrefece a região do Oceano Pacífico.
Muitas são as entidades a recolher informação sobre o clima. Nelas estão incluídas as seguradoras e resseguradoras. Uma destas, a Munich Re, tem uma base de dados sobre catástrofes naturais.
Eles “mostram que o número de situações meteorológicas extremas como inundações e vendavais triplicou desde 1980, com tendência para assim se manter”.

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