27 de julho de 2010

O ATOLEIRO (CHIQUEIRO) DOS NEGÓCIOS

De 1990 a 1995, todos os anos ia a Angola, estava autorizado unicamente a realizar o trabalho de formação dos pastores da Igreja Adventista em Luanda e no Huambo. No Huambo a Igreja Adventista tinha instalações próprias o que não acontecia em Luanda, deste modo tinha que ficar num Hotel (não digo nomes). Não há melhor lugar para ver um Atoleiro! Generais riem abraçados a donzelas pelos corredores, a sala de jantar do Hotel come-se do bom e do melhor (ninguém paga), lá estavam eles gordos à mesa com as suas concubinas.
São assim as ditaduras. No filme ´Bananas´, Woody Allen narra a história de uma golpe de Estado num país da América Latina (uma paródia de Cuba). E no momento em que o ditador chega ao poder, decreta: a partir de agora, a língua oficial será o sueco.
Passa-se o mesmo com a Guiné Equatorial, um país onde se fala espanhol e onde a elite já anda a praticar o português. A Guiné, uma ditadura torcionária, quer entrar na CPLP. A CPLP, por enquanto, não deixa: quer ver ´reformas democráticas`; mas, cedo ou tarde, com a Guiné a falar uma espécie de português, a CPLP começará a aplicar critérios humanitários que já usa com Angola. O que se entende: a Guiné, tal como Angola, tem riquezas para oferecer e um batalhão de “lusófonos”, muito amantes de Camões e da conta bancária, dispostos a investir nesses atoleiros de barbaridade.
Só se lamenta que, no meio do festim, se continue a usar a língua e a cultura como tapumes para os negócios, perdão, para a pocilga. Continuarão os pobres diante dos hotéis a procurar juntamente com porcos algum resto que tenha saído da mesa dos “generais”, continuarão esses investidores sentados cada um à sua mesa com as cadeiras todas ocupadas por jovens de corpo esbelto e bem vestido vindas sabe-se lá donde…que interessa? O importante é as contas bancárias e a aplicação em lugares mais seguros…vendeu-se a alma ao Diabo. Sim e depois! É um rumor do fim, sabem porquê? É assim na América Central e do Sul, em África e na Ásia.

Angola from Nacho Salgado on Vimeo.

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