27 de junho de 2010

O GUERREIRO PACIFICADOR?

"Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele. Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte." Apocalipse 12:7-11
Jesus é o Guerreiro Pacificador, Ele é o Único. No entanto, o mundo (Estados Unidos) parece terem encontrado um homem, um general com algumas destas caracteristicas, será que ele se inspira em Cristo ou não? Não o sabemos, no entanto se o general David H. Petraeus que foi incumbido pelo presidente dos EUA, Barack Obama, a uma missão quase impossível, mas alcançada no Iraque: estabilizar o conflito no Afeganistão, teremos que reconhecer que seguramente ele terá não só uma grande visão estratégica, mas uma visão que se centra no INVENCÍVEL. A verdade é bem clara o Afganistão é o país que sepultou impérios e ameaça enterrar o mais poderoso Exército do Mundo
O presidente dos EUA, Barack Obama, foi obrigado a exonerar, no início da semana, o general Stanley McChrystal, responsável pelo comando das tropas norte-americanas e da missão militar da OTAN no Afeganistão, em função na sequência de uma reportagem sobre aquele oficial publicada na revista Rolling Stone, na qual ele se referia, em termos poucos abonatórios, ao locatário da Casa Branca e a membros da Administração.
O que, configurando um acto de insubordinação, obrigou a procurar substituto capaz de executar a estratégia delineada por Obama – iniciar a retirada dos soldados dos EUA em Junho de 2011 – e com celeridade capaz de ultrapassar um escândalo que muitos compararam à demissão em 1951, pelo então presidente Harry Truman, do general Douglas MacArthur, que liderava a campanha militar na Coreia e não se coibiu de criticar em público a estratégia da Casa Branca.
A escolha recaiu no general David H. Petraeus, actualmente na chefia do Comando Central, que coordena todas as missões dos EUA no Médio Oriente e na Ásia Central, área que inclui o Afeganistão. Pela segunda vez na sua brilhante carreira, Petraeus é chamado, por um presidente a precisar de resultados urgentes, a travar uma guerra que parece perdida e já mais longa que a do Vietname de má memória.
A nomeação de Petraeus, atendendo ao seu prestígio, susceptível de silenciar, a curto prazo, as vozes críticas da Administração Obama, era óbvia para quase todos. A estrela maior do firmamento castrense norte-americano adquiriu nova rutilância com a estratégia de contra-insurgência que implementou no Iraque quando George W. Bush para lá o enviou, em 2007, para comandar a força multinacional liderada pelos EUA. Não obstante, a nomeação de Petraeus comporta mais interrogações do que certezas.
Estratega brilhante
As más relações entre ambos suscitam dúvidas entre os analistas acerca da necessária cooperação entre o chefe militar e o líder político. A antipatia entre Obama e Petraeus remonta ao primeiro encontro de ambos, em Bagdade, durante a campanha presidencial de 2008. Petraeus humilhou o candidato democrata com extensas apresentações de PowerPoint e, quando aquele pretendeu esclarecer dúvidas, o general interrompeu-o constantemente e com maus modos. Afinal, Obama não tinha apoiado a guerra que ele combatia.
E, no entanto, Petraeus também não fora apreciado pela Administração Bush, designadamente o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e tampouco pelas chefias militares. Não só porque Petraeus jamais havia entrado em combate antes do Iraque, mas também por as suas ideias contrariarem os conceitos cultivados pelos mais antigos, que implicavam fileiras de tanques e de artilharia pesada para combater os soviéticos nas planícies da Europa Central.
Rumsfeld remeteu Petraeus para o Forte Leavenworth, no Kansas, onde o militar intelectual viria a codificar, num manual de campo, a tese que desenvolvera 20 anos antes, durante uma licença sabática na Universidade de Princeton, e viria a valer-lhe a deferência dos seus pares? A contra-insurgência (conhecida pelo acrónimo COIN).
Ao contrário da doutrina tradicional, que assentava na capacidade de fogo, aquela advogava a conquista do apoio das populações locais, proporcionando-lhes protecção e serviços básicos como clínicas, escolas e empregos. Quando Petraeus aplicou a doutrina COIN em Bagdade, a cidade começou a ter policiamento comunitário e serviços sociais efectivos. E provou a sua eficácia, ao conquistar cada vez mais os iraquianos fartos da guerra, estabilizando o conflito no país.
Cenários diferentes
Os mais cépticos interrogam-se, porém, se tal poderá funcionar também no Afeganistão onde, de resto, a COIN estava já a ser aplicada pelo general McChrystal. Como sublinhou o próprio Petraeus perante o Congresso, são realidades muito distintas. Afinal, o Iraque é um país educado, com população urbana e uma infra-estrutura relativamente moderna, enquanto que o Afeganistão é o quinto país mais pobre do Mundo, com uma sociedade rústica e tribal.
Depois, a COIN depende de ter um governo local fiável capaz de gerir programas de assistência social e de garantir a segurança, o que é virtualmente impossível enquanto persistir o Governo corrupto de Hamid Karzai, que não goza do apoio popular nem da confiança de Washington.
Além disso, no Iraque a guerrilha era, em larga medida, animada por estrangeiros ligados à al-Qaeda; no Afeganistão, os rebeldes são nativos apoiados pela maioria da população, segundo sondagem de Abril. Na verdade, a única parte do espectro militar que funcionou tanto no Iraque como no Afeganistão são as operações especiais e selectivas, que têm neutralizado chefes talibãs a coberto da noite, evitando a fúria popular suscitada pela estratégia anterior de bombardeamentos indiscriminados que provocou milhares de baixas civis.
Capacidade de resiliência
E, por fim, será Petraeus capaz de inverter uma situação tão deteriorada como aquela que um relatório das Nações Unidas, publicado no início do mês, denunciou? A violência multiplica-se, a criminalidade expande-se, o Governo mostra-se incapaz de impor a sua autoridade e o radicalismo islâmico exibe vitalidade renovada. “Os dados provam uma capacidade crescente das redes terroristas locais ligadas à al-Qaeda”, conclui o documento sobre à evolução dos acontecimentos nos quatro primeiros meses deste ano.
"O número de engenhos explosivos usados pelos talibãs e aliados cresceu mais de 95%, ao passo que o número de cidades sob o controlo da guerrilha afegã aumenta cerca de 50%. Não há uma semana em que os radicais não ampliem o seu domínio averbando mais quatro ou cinco povoações, especialmente no sul e sudeste do país".
Além disso, a conquista de Kandahar, a maior cidade do país sob influência talibã, devia culminar a ofensiva iniciada na Primavera na cidade de Marja visando levar o poder do Governo central a todo o país. Mas as forças da OTAN não conseguem garantir as suas posições naquela cidade, onde a resistência talibã continua a impedir que os governantes enviados de Cabul estabeleçam a sua autoridade. Kandahar, a conquista fundamental, terá de esperar.
No entanto, tempo é algo que Obama não tem. Pelo contrário, padece da urgência de colher argumentos que consigam obter dos aliados da OTAN, na próxima cimeira agendada para Novembro, em Lisboa, a renovação do compromisso, com mais tropas, naquele país asiático. Petraeus sabe-o. Já passou pelo mesmo no Iraque.
Embora em surdina, outras dúvidas se levantam ainda. Será Petraeus capaz de sobreviver à pressão da nova tarefa? É que a saúde do militar de 57 anos, graduado com todos os louvores em West Point (1974), suscita algumas preocupações e rumores. Na semana passada, o general desfaleceu perante o Senado, aparentemente em resultado de um vírus contraído durante uma viagem.
Mas o que talvez desconheçam os cépticos é que o militar que revolucionou a doutrina do Exército mais poderoso do Mundo já venceu um cancro da próstata na Primavera de 2009 e que, dez anos antes, sobreviveu após uma queda livre de 20 metros. Uma resiliência que lhe será providencial para a missão que agora começa.

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