8 de janeiro de 2010

OS CRISTÃOS DA MALÁSIA DEBAIXO DE FOGO


Ataques a igrejas na sequência da polémica sobre o uso da palavra 'Alá'
Três lugares de culto protestantes e uma igreja católica foram atacadas na Malásia, num momento em que continua a polémica sobre o direito dos católicos de escrever a palavra "Alá" num país maioritariamente muçulmano. Os atentados, que atingiram igualmente carros pertencentes a crentes católicos, não provocaram vítimas.
"Considero que os acontecimentos são muito graves", declarou o ministro da Administração Interna, Hishamudin Husein. "Queremos assegurar à população que não se tratam de actos coordenados e planeados", acrescentou.
O chefe da Polícia, Musa Hasan, anunciou a mobilização de forças de segurança para proteger as igrejas.
Nesta Sexta-feira, uma manifestação organizada por 58 organizações não-governamentais muçulmanas percorreu as ruas da capital de Kuala Lumpur, capital da Malásia, reunindo cerca de 300 pessoas. A polícia acompanhou a iniciativa, não se tendo registado incidentes.
O Alto Tribunal do país suspendeu na última Quarta-feira a autorização concedida a um jornal católico local para utilizar a palavra "Alá", depois de o Governo ter recorrido da decisão e alertado para a ameaça de tensões inter-religiosas.
A Igreja alega que na língua malaia só existe o termo “Alá” para denominar Deus, pelo que é inconstitucional aplicar restrições linguísticas ou de culto aos cristãos que se exprimem em malaio.
No dia 31 de Dezembro, o mesmo tribunal havia considerado que o «Herald – The Catholic Weekly», jornal com uma tiragem semanal de 14 mil cópias em quatro línguas, tinha o direito de utilizar a palavra.
O director do semanário, Pe. Lawrence Andrew, denunciou uma campanha intimidatória contra o seu jornal, conduzida através de uma série de “ataques” pela Internet.
A polícia da Malásia apreendeu recentemente mais de 15 mil Bíblias, provenientes da Indonésia, porque a tradução do texto continha o termo “Alá” para indicar Deus.
Os católicos na Malásia constituem cerca de 9% da população, enquanto que os muçulmanos são aproximadamente 60%.

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