18 de janeiro de 2010

CRISE LEVA À FALÊNCIA DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA MUNDIAL

Relatório do World Economic Forum avisa que a crise vai continuar a fazer-se sentir a longo prazo
• » Mais 64 milhões de pobres entre 2009 e 2010
• » Taxa de desemprego vai subir ainda mais
• » Grécia apresenta plano agressivo para cortar défice
• » Saída da crise é mais difícil do que quando tivemos ajuda do FMI
É mais um alerta de uma organização internacional, neste caso do World Economic Fórum, no seu relatório «Global Risks 2010». Diz o documento, que irá ser apresentado em Davos, que a crise económica vai continuar a fazer-se sentir a longo prazo, com tendência para o aumento de desemprego, falência dos sistemas de segurança social, aumento da insegurança e migração descontrolada.
O relatório revela que os actuais modelos de saúde, educação e protecção contra o desemprego foram colocados sobre enorme pressão pela crise fiscal, apesar das implicações a longo prazo resultantes do aumento da esperança média de vida.
A tendência crescente de desinvestimento em infra-estruturas vai fazer aumentar exponencialmente o nível de fragilização das populações mundiais face a riscos como catástrofes naturais. Segundo o relatório serão necessários 35 mil milhões de dólares em investimentos em infra-estruturas nos próximos 20 anos, sobretudo na agricultura, segurança alimentar, abastecimento de água, energia, transportes e medidas de adaptação às alterações climáticas.
Outro dos riscos inventariados como crescente é o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida e, consequentemente, do número de afectados por doenças crónicas. Estes factores acarretam um aumento dos custos mundiais com saúde, situação difícil devido à depauperação das economias mundiais e dos sistemas de apoio à doença. Prevê-se também que a fome venha a afectar cada vez mais pessoas em 2010, quer devido a questões ambientais, quer sobretudo à volatilidade do preço dos bens alimentares.
«Portugal não está a salvo de nenhum dos riscos»
José Pirra Alves, CEO da Marsh em Portugal, defende que Portugal não está a salvo de nenhum dos riscos apontados.
«Aliás, Portugal já está a sofrer as consequências de grande parte deles. Basta olhar para a realidade actual: a taxa de desemprego atinge máximos, a desertificação aumenta, o custo com energia e combustíveis afectou irremediavelmente as empresas portuguesas e a Segurança Social não pode encarar com optimismo o futuro. Quanto a desastres naturais, é cada vez mais frequente a ocorrência de tornados e inundações, para além da probabilidade elevadíssima de fenómenos sísmicos», sublinha.
Apesar do cenário complexo, o relatório conclui que o impacto da crise financeira e da recessão que se seguiu foi um momento oportuno para cooperar e desenvolver estratégias mais eficazes de governação global, e construir uma vontade política de enfrentar os riscos globais. O relatório sugere que, para melhorar a coordenação e a supervisão, é necessária uma revisão dos valores e dos comportamentos por parte dos decisores.

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